segunda-feira, 19 de abril de 2010

CELULAR. ESTE ADORÁVEL INTRUSO

Caros, outro dia enquanto almoçava, em um shopping, prestava atenção nas pessoas que transitavam e estavam ao meu redor. Existia algo em comum entre elas: a esmagadora maioria portava um aparelho celular. Umas falavam, outras esbravejavam, outras olhavam para o aparelho como que hipnotizadas, buscando algo daquele aparelho ou apenas o transportava como se desse maior segurança uma espécie de muleta/amuleto e até mesmo na cintura, mais de um, pronto para o saque da arma digo do celular.
Como é interessante perceber que as tecnologias tão modernas, rápidas e surpreendentes estão a serviço das nossas necessidades tão “ancestrais”. Neste caso especifico a necessidade de nos comunicarmos.
O celular é uma das tecnologias mais aderentes das conseguidas desenvolver pelo homem. Pois bem, esta “entidade” tão fantástica que hoje nos acompanha por praticamente todos os momentos de nossas vidas foi inventada em 1947 e fez sua primeira ligação oficial de um enorme aparelho móvel para um fixo, apenas em 1973 nos EUA e chegou ao Brasil, Rio de Janeiro em 1990 e logo a seguir em Salvador.
Demorou para afinar, mas aqui entre nos pegou rapidinho e se tornou febre como na maioria dos países do mundo. Mas parece que aqui, a coisa endoidou. Por quê? Simplesmente mudamos hábitos, ficamos mais individualistas e, infelizmente, parece que mais mal educados. E pior, como estamos condescendentes com os maus modos.
O tele móvel, como dizem nossos irmãos lusitanos, influenciou a todos, independente de classe social, econômica, profissional ou clubística. Idosos, jovens e até crianças, desfilam com seus “carrões”, cada qual demonstrando seu “poderio” e o poder da palavra é utilizada na maioria das vezes acima de 80 decibéis, não interessa se estamos no cinema, no elevador, cercados de pessoas no almoço, nos hospitais, funerais, aulas de yôga, nos seus veículos, no estádio de futebol ou boate onde a disputa por que fala mais alto é impressionante. Fico com inveja da capacidade destes ouvidos e gargantas.
Mas é na vida profissional onde acontecem, talvez, as maiores barbaridades. Por exemplo: reuniões em que as pessoas não podem abandonar por um segundo seus aparelhinhos maravilhosos se não o mundo para. Emails que são respondidos conjuntamente com conversas paralelas (exemplo de chunking) ou entabulam conversas pessoais desrespeitando a idéia que informações pessoais em excesso podem até incomodar que está próximo.
Creio que o possuidor do famigerado aparelho precisa de algumas informações com objetivo de pelo menos ficar com a pulga atrás da orelha. Vamos lá então a algumas questões e as possíveis respostas:
O toque e a forma de chamada do telefone devem ser observados?
Certamente. Precisamos levar em conta o incomodo que causamos aos outros. Principalmente se o toque é personalizado e/ou alto, parece que perderam a noção: gritos, hinos de clubes, o funk da hora ou aquele palavrório “especial” podem ser evitados, com toques discretos, baixos ou no vibracall, o mais recomendado.

É permitido atender ao celular no trabalho?
O celular tornou-se um elemento da nossa convivência, portanto aceito, inclusive nas empresas, exceto se a atividade é de atendimento ao publico e em especial se realiza tarefas que o foco é fator determinante. No trabalho, seu uso deve ser racional e equilibrado. As pessoas do trabalho podem ser poupadas das suas intimidades. Portanto, seja rápido, fale baixo, busque evitar emocionalidades e se possível mude de ambiente, peça licença aos da sua circunvizinhança e saia de fininho.

Como fazer quando estou em uma reunião ou almoço de negócios?
O mundo chegou até aqui sem que necessariamente tivéssemos que estar plugados cem por cento do nosso tempo. Desligar, colocar no vibracall ou autorizar um terceiro atender e anotar recados são as vias mais recomendadas. Uma pergunta rápida: Um cirurgião médico ou dentista pode ficar tantas horas em cirurgia, um juiz em longas audiências, um árbitro de futebol durante a partida e mais mil exemplos possíveis. Porque então, nos outros, não podemos educadamente, disciplinadamente nos controlar e ao nosso fiel “amigo”.
As pessoas que nos procuram ou que são convidadas para uma atividade em comum, seja ela qual for, necessitam de nosso respeito, o mais integral e atento possível. Nos casos extremos em que é imperativo o atendimento, recomenda-se avisar antes ou um pedido de desculpa e de breve explicação de tanta necessidade de atendimento.
Onde colocar o aparelho durante o trabalho, reunião ou almoço de negócios?
Sempre que possível longe do alcance dos olhos e ouvidos de todos. O celular é um dos maiores “ladrões” de foco dos executivos, portanto olhá-lo a cada 30 segundos, nada acrescenta, rouba energia, concentração e foco. Na mesa de refeições deve-se evitar também por questões higiênicas tele transportadas.
Ou seja, tem jeito para algo que não tem jeito. O aumento da presença dos aparelhos é inevitável pelas suas agregações e pela convergência que eles produzem e produzirão. Ou seja, internet, câmaras, musicas, mensagens, Bluetooth, compatibilidades com Microsoft Office ainda é pouco para o que ainda vem, à exemplo de TV digital, pagamentos on line, débitos e etc e ainda falar, é incrível!.
Se este é o nosso mundo, tão grande e tão celular, então viva! Com equilíbrio!
Saudações.
Ivan Quadros
Coach & Consultor
Sapiens Consultoria